DICA CULTURAL: ADEUS, ETTORE SCOLA!

Postada em 22 de janeiro de 2016 as 11:41
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Jack Lemmon, Marcello Mastroianni, Vittorio Gassman, Ugo Tognazzi, Jean-Louis Trintignant, Ornella Muti…e até Federico Fellin foram dirigidos por Ettores Scola, diretor de cinema italiano da melhor estirpe autoral, que nos deixou esta semana, aos 84 anos.

Acima, a arte que fiz e publiquei na quarta em outros sindicatos, em cópia especial para os nossos leitores do SINDIMED-BA.

Também de modo exclusivo, pedimos o depoimento de Jaime Sautchuk, diretor do FICA – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental e cineasta cuja inteligência reverenciamos de há muito tempo, para além do cinema (desde que li este livro, lá se vão muitos anos!). Podem desfrutar:

Ettore Scola era o último dos grandes cineastas italianos defensores de causas políticas e sociais, que marcaram época desde meados do século passado. Ettore Scola morreu em 19 de janeiro, aos 84 anos, deixando 39 filmes de longa-metragem, entre os quais clássicos como 'O Baile', 'Um Dia Muito Especial' e 'Nós Que Nos Amávamos Tanto', que fizeram muito sucesso no Brasil. Scola dizia que se esforçava pra ser um homem bom, sempre ao lado dos mais fracos. E fazia isso muito bem. Dedicou boa parte da vida realizando obras que envolviam comunidades inteiras, inclusive moradores de rua de Roma e outros centros. Sua partida é uma grande perda'.
 
Como o mais lido dos colunistas de cultura do Rio Grande do Sul, Roger Lerina 'deve' a mim (o que quer dizer que dividirei com todos) um pequeno depoimento sobre uma obra recentemente lançada por lá. Dei uma 'roubadinha' em conteúdo de um artigo seu, mas só parcialmente (até porque o conteúdo desta nota é só para assinantes do Zero Hora). Em seu artigo, Roger descreve 5 filmes de Scola e eu cá surrupio a resenha de um só. Confiram:

'Feios,Sujos e Malvados' (1976). Aqui, cópia no Vimeo.


Prêmio de melhor direção no Festival de Cannes, o filme marca a confluência de duas tradições do cinema italiano fundamentais na obra do realizador Ettore Scola: o neorrealismo e a comédia popularesca. O longa dialoga com o primeiro longa de Pasolini, Accattone – Desajuste Social (1961), ao mostrar a miséria nos arrabaldes de Roma. A diferença é que o olhar de Scola para o mundo lúmpen é irônico e impiedoso.

Giacinto (Nino Manfredi) é o chefe de um inumerável núcleo familiar que vive amontoado em uma casa de favela. Na promiscuidade do barraco sem paredes, moram filhos e filhas, genros e noras, netos e netas. Todos tratados com desprezo pelo patriarca, desconfiado de que os parentes só querem colocar a mão no seu dinheiro, compensação que ganhou por causa do olho que perdeu trabalhando. Quando Giacinto traz para casa uma enorme prostituta, a matriarca decide dar um fim no marido e pegar seu dinheiro. Com a conivência de toda a família, coloca veneno de rato na massa do bruto.

 
Diferentemente da visão dramática da realidade dos desvalidos italianos nos filmes neorrealistas de Rossellini, De Sica e Visconti, ‘Feios, Sujos e Malvados’ prefere o riso à lágrima para fazer sua denúncia: a pobreza extrema é um mal que pode transformar homens em ratos.


 

Em relação a DVDs, devo confessar que ainda não achei o devido tempo para ver o mais que recomendável 'Que estranho Chamar-se Federico', um dos mais belos entrelaces de cineastas da história, sobre a relação de Ettore e Fellini. Mas como não vou ouvir canários no Carnaval, pode ser que eu esteja mais rico um pouco no dia 10 de fevereiro. Acredito que seja uma boa dica para os que não vão pular atrás da Vingadora seus asseclas…

*Texto e pesquisa de Marko Ajdaric.

ICQ  694000225

skype: Marko Ajdaric 


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