DICA CULTURAL: BEL BORBA É O CARA!

Postada em 1 de abril de 2016 as 09:50
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Em uma cidade em que o grande sonhador da arte de rua de minha geração de estudantes e criador do 'big hand' de humor satírico, Joelino, morreu a 2 anos sem que ninguém lhe fizesse uma mínima homenagem (chorar no Faceboook não é homenagem, concordam?), ver a mostra gigante e muito bem pensada de Bel Borba no shopping center mais antigo da Bahia chega a ser um arco-íris de esperança, especialmente depois da decepcionante Bienal da Bahia de 2014.
 
Diz o comunicado oficial:
 
Uma mostra que reúne 40 esculturas e telas feitas a partir do conceito de reaproveitamento de materiais e respeito aos recursos naturais. Esta é a proposta da exposição O Olhar Material, do artista plástico baiano Bel Borba, que ocupa uma área de 1.800 m² do Shopping da Bahia (Iguatemi).
 
Para confeccionar as esculturas, Bel Borba utilizou 140 quilos de fragmentos de dique seco (equipamento de manutenção para plataformas marinhas de petróleo), vestígios das explosões do estádio Fonte Nova (realizada em 2010), madeiras originadas de veleiros restaurados, garrafas pet e plástico obtido nas barreiras que ocupam as ruas de Manhattan, na cidade de Nova York. Além disso, fibras de vidro e sucata também serviram de matéria-prima.
 
A mostra conta com esculturas inéditas e também produções já exibidas em parques, praças e museus de cidades como Nova York, Montreux e São Paulo, além de Salvador.
 

Foto da abertura. À esquerda, o ex-presidente de minha querida Associação de Guias de Tursimo da Bahia, Alexandre Rossi. Bel é o seguinte 
 
 
Eu estive lá, no domingo, por mais de 90 minutos, desfrutando os 4 ambientes da exposição, que vai até 25 de abril e inclui as 7 esculturas de mais de 4 metros à frente do shopping, o que envolve peças que ele fez usando dejetos da demolição do Estádio Otavio Mangabeira (aquele, que agora tem nome de cerveja…).
 
Uma alegria adicional foi o nome da alameda aonde temos uma longa, altaneira e sensata mostra de fotos do itinerário de Bel Borba, 'que tal andar pela Alameda Luiz Gama?' Me lembra o gosto íntimo de doce baianidade quando que passeio na badalada Oscar Freire em Sampa e me pergunto se aquelas mulheres compradeiras com feições de Marisochka sabem quem foi esse médico baiano porreta…
 
Pena que eu sou péssimo fotógrafo…mas talvez valha a pena não mostrar um monte de meus instantâneos e despertar a curiosidade de quem esteja na capital de todos os baianos por mais 24 dias. 
 
Ainda para quem é de Salvador, faço sugestão de que vocês vejam a matéria com vídeo do Mosaico Baiano, claro, que têm mais recursos do que nós e, felizmente, os usa bem. Acesse aqui.
 
Vou acrescentar aqui algumas considerações, em especial por respeito aos médicos/as que estão no interior.
 
– Baianos ou abaianados, por favor, se orgulhem. Esta mostra gratuita está mais bem pensada do que a campeã mundial de ingressos, a exposição de MC Escher que rodou os iguatemis do Brasil, faz 3 anos.
 
– Para o bem e para o mal, não tem o (necessário) dirigismo da mostra recente de Mondrian, que estava patente nas unidades do  CCBB pelo Brasil.
 
– Para sorte de Bel Borba, a mostra atual dele resgata o bom senso e a escolha de peças que o tornem agradável/palatável/amável para uma criança que nunca tenha visto sua obra. O avesso da péssima mostra recente de Picasso na caixa Cultural (acreditem, acertar em curadoria não é tarefa fácil).
 
– Vindo a Salvador, vá conhecer sua galeria, no Pelourinho.
 
 
– No caminho entre o SINDIMED e a ABM, guarde um minutinho para ver de perto seu painel externo no NOB (aqui, de propósito, em miniatura).
 
– Lembre-se de que ele 'cansou' de fazer arte pro bono, sem fito financeiro, guarnecendo encostas e mais encostas de Salvador com montagens belas de pedra portuguesa (pra semana, um comentário em arremate a este…).
 
 
– Que foi ele o autor deste trabalho, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), mas vai entender porque baianos não merecem tal distinção…
 
– Que quando o BB começou sua seara de 'colar pedras' em encostas, nós, que grafitávamos, tínhamos que ter mais pernas do que ideias… para fugir de certas viaturas.
 
– Que ele faz toda a questão do mundo de se manter ligado à sua comunidade.
 
 
 
– Sempre que Deus lhes permita, pense com carinho em dar de presente a baianos e não-baianos:
 
 
Não sei se falei o central, o correto, mas o objeto de meu artigo de hoje, graças aos deuses, é totalmente fora de eixos. Que as boas mãos o continuem amparando. Ah, se todo shopping fosse assim…
 
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Box: pensando em juntar, eventualmente, a pauta sobre Bel Borba com o especial tema de 8 de abril, fui pesquisar outras possibilidades. Como eu não acredito em 'por acaso', conto aos leitores e leitoras que a primeira página que fui consultar foi a da UEFS. Eu vou até ficar feliz se estiver errado, mas não tenho notícia de um seminário acadêmico tão bom sobre humor quanto este que segue linkado, no Brasil.
 
Bem, eu não poderia, por mais que seja a 'minha' piscina predileta, bisar o tema humor, mas peço que compartilhem a notícia deste exemplar conclave (gratuito, ainda por cima) e aviso que irei a todas as etapas. De lá, espero trazer material para escrever sobre três personalidades que me fascinam: os xilogravadores (mas não só) Juraci Dórea e Franklin Maxado, além da bibliotecária mais instigante que já tive oportunidade de aplaudir (sem demérito nenhum a UnB, USP, Bilblioteca Nacional e o escambau):  Julieta Carteado.

Aguardem…

*Texto e pesquisa de Marko Ajdaric.


ICQ  694000225
skype: Marko Ajdaric 

 



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