Em evento no Sindimed-BA, Secretária do Ministério da Saúde desmente contratação de cubanos como médicos no Mais Médicos

Postada em 14 de julho de 2019 as 23:10
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O Governo Federal não planeja recontratar cubanos para exercer a Medicina no programa Mais Médicos. Essa questão foi esclarecida, no Sindimed-BA, no último sábado, pela médica Mayra Pinheiro. Como secretária da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do Ministério da Saúde, ela dirige a pasta que tem o Programa entre suas atribuições, com a responsabilidade de funcionamento e fiscalização.

“Muitas informações equivocadas foram divulgadas por aí sobre uma suposta contratação dos cubanos. Hoje é a primeira vez que estou falando em público sobre esse assunto”, comentou. Dra. Mayra veio a Salvador a convite do sindicato dos Médicos da Bahia para proferir palestra no Simpósio “Situação atual do ensino e do trabalho médico no Brasil: desafios e perspectivas”. O evento foi uma edição especial da série “Encontros Sindimed”.

O simpósio teve como palestrante também o médico baiano Alessandro Glauco, que atualmente está em Brasília, responsável pela Diretoria de gestão do Trabalho em Saúde, da SGTES, Secretaria que tem à frente Mayra Pinheiro. Fizeram palestras no evento também o médico e vereador Cézar leite e o médico Leandro Serafim, diretor do Movimento Médicos pelo Brasil. A presidente do Cremeb-Ba, Teresa Maltez, também fez parte da mesa do encontro.

Dra. Mayra, pediatra e ex-presidente do Sindimed-CE, deu detalhes de como o Ministério da Saúde está tratando a situação dos cubanos que permaneceram no Brasil. Mayra Pinheiro contou que cerca de 2 mil profissionais não embarcaram de volta para Cuba. Desses que permaneceram no Brasil, setenta por cento já casaram ou constituíram família, mas tiveram seus documentos apreendidos por Cuba, em uma tentativa de evitar a evasão após o comando de retorno do país.

Dessa forma, os cubanos não poderiam trabalhar em qualquer emprego que fosse, mesmo em qualquer função operacional, como, por exemplo, frentista de posto de gasolina. Diante da situação e pressão desses profissionais oriundos de Cuba, o Ministério da Saúde resolveu enviar a essas pessoas uma ajuda humanitária do Brasil.

“Assim, no primeiro momento, os cubanos foram auxiliados na retirada de documentos pessoais”, afirmou. Segundo ela, a informação que foi distorcida é que está se definindo um programa de estágio, em uma etapa posterior, para que esses cubanos possam, sob supervisão dos médicos brasileiros, ter uma atividade na área de saúde.

“Mas não como médicos”, ressaltou Mayra. Ela disse que a ideia é de que os cubanos que vieram para o Brasil no Mais Médicos possam desenvolver essa atividade e receber por ela uma bolsa de estágio, por um período de até dois anos, tempo que era previsto para que eles retornassem ao seu país de origem.

“Eles também terão acesso a aulas de preparação para o Revalida. Após esses 24 meses, fazem o exame e se encerra a ajuda humanitária do Brasil a esse profissionais”, explicou Mayra Pinheiro.

A secretária também abordou as condições de trabalho do médico brasileiro. Ela pontuou a preocupação do Ministério da Saúde com questões como depressão e suicídio, além de antecipar ações preventivas, que estão sendo implementadas em prol da saúde mental do profissional.

Mayra Pinheiro registrou ainda preocupações com a forma como veio sendo conduzida, nos últimos anos, a expansão dos cursos de Medicina. “Como são criados com uma visão meramente mercantilista, há um desequilíbrio muito grande de vagas, no que diz respeito aos diversos estados do Brasil”.

Há estados que têm um excesso de faculdades de Medicina e outros, falta, conforme pôde ser verificado pelos gráficos apresentados pela secretária em sua palestra. Analisando os valores aplicados pelas faculdades privadas, entre R$ 8.000 e R$ 12.500, ela afirmou que veio sendo aplicada uma política de “estelionato da sociedade”.

“Como pode um médico que ganha um salário de R$ 5.000 se comprometer a pagar dívidas do FIES referentes a mensalidades nesses valores? Sendo que ele vai ter compromissos de moradia, alimentação, transporte e todos os outros custos de vida?”, questionou Mayra Pinheiro. Ela criticou a política de promessas irreais de estudo de Medicina em faculdades particulares e disse que esses fatores agravam ainda mais a situação de stress, após a entrada no mercado de trabalho.

O médico Alessandro Glauco informou muitos detalhes verificados durante o seu trabalho como diretor de Gestão do Trabalho Médico, no Ministério da Saúde. Ele apresentou gráficos que mostram a discrepante distribuição de médicos no país e sinalizou os fatores que concorrem para isso.

Um dos pontos que chamou a atenção do público durante a palestra de Glauco foi a informação de que, ao assumir a pasta, ele não encontrou registros do programa Mais Médicos, realizado no governo anterior.

A palestra do médico e Vereador Cézar Leite elucidou pontos importantes sobre saúde pública e elencou proposições para novos modelos de assistência, visando otimização e eficácia nos hospitais.

Em evento no Sindimed-BA, Secretária do Ministério da Saúde desmente contratação de cubanos como médicos no Mais Médicos O Governo Federal não planeja recontratar médicos cubanos para exercer a Medicina no programa Mais Médicos. Essa questão foi esclarecida, no Sindimed-BA, no último sábado, pela médica Mayra Pinheiro. Como secretária da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do Ministério da Saúde, ela dirige a pasta que tem o Programa entre suas atribuições, com a responsabilidade de funcionamento e fiscalização. "Muitas informações equivocadas foram divulgadas por aí sobre uma suposta contratação de médicos cubanos. Hoje é a primeira vez que estou falando em público sobre esse assunto", comentou. Dra. Mayra veio a Salvador a convite do sindicato dos Médicos da Bahia para proferir palestra no Simpósio "Situação atual do ensino e do trabalho médico no Brasil: desafios e perspectivas". O evento foi uma edição especial da série "Encontros Sindimed". O simpósio teve como palestrante também o médico baiano Alessandro Glauco, que atualmente está em Brasília, responsável pela Diretoria de gestão do Trabalho em Saúde, da SGTES, Secretaria que tem à frente Mayra Pinheiro. Fizeram palestras no evento também o médico e vereador Cézar leite e o médico Leandro Serafim, diretor do Movimento Médicos pelo Brasil. A presidente do Cremeb-Ba, Teresa Maltez, também fez parte da mesa do encontro. Dra. Mayra, pediatra e ex-presidente do Sindimed-CE, deu detalhes de como o Ministério da Saúde está tratando a situação dos cubanos que permaneceram no Brasil. Mayra Pinheiro contou que cerca de 2 mil médicos não embarcaram de volta para Cuba. Desses que permaneceram no Brasil, setenta por cento já casaram ou constituíram família, mas tiveram seus documentos apreendidos por Cuba, em uma tentativa de evitar a evasão após o comando de retorno do país. Dessa forma, os cubanos não poderiam trabalhar em qualquer emprego que fosse, mesmo em qualquer função operacional, como, por exemplo, frentista de posto de gasolina. Diante da situação e pressão desses profissionais oriundos de Cuba, o Ministério da Saúde resolveu enviar a essas pessoas uma ajuda humanitária do Brasil. "Assim, no primeiro momento, os cubanos foram auxiliados na retirada de documentos pessoais", afirmou. Segundo ela, a informação que foi distorcida é que está se definindo um programa de estágio, em uma etapa posterior, para que esses cubanos possam, sob supervisão dos médicos brasileiros, ter uma atividade na área de saúde. "Mas não como médicos", ressaltou Mayra. Ela disse que a ideia é de que os cubanos que vieram para o Brasil no Mais Médicos possam desenvolver essa atividade e receber por ela uma bolsa de estágio, por um período de até dois anos, tempo que era previsto para que eles retornassem ao seu país de origem. "Eles também terão acesso a aulas de preparação para o Revalida. Após esses 24 meses, fazem o exame e se encerra a ajuda humanitária do Brasil a esse profissionais", explicou Mayra Pinheiro. A secretária também abordou as condições de trabalho do médico brasileiro. Ela pontuou a preocupação do Ministério da Saúde com questões como depressão e suicídio, além de antecipar ações preventivas, que estão sendo implementadas em prol da saúde mental do profissional. Mayra Pinheiro registrou ainda preocupações com a forma como veio sendo conduzida, nos últimos anos, a expansão dos cursos de Medicina. "Como são criados com uma visão meramente mercantilista, há um desequilíbrio muito grande de vagas, no que diz respeito aos diversos estados do Brasil". Há estados que têm um excesso de faculdades de Medicina e outros, falta, conforme pôde ser verificado pelos gráficos apresentados pela secretária em sua palestra. Analisando os valores aplicados pelas faculdades privadas, entre R$ 8.000 e R$ 12.500, ela afirmou que veio sendo aplicada uma política de "estelionato da sociedade". "Como pode um médico que ganha um salário de R$ 5.000 se comprometer a pagar dívidas do FIES referentes a mensalidades nesses valores? Sendo que ele vai ter compromissos de moradia, alimentação, transporte e todos os outros custos de vida?", questionou Mayra Pinheiro. Ela criticou a política de promessas irreais de estudo de Medicina em faculdades particulares e disse que esses fatores agravam ainda mais a situação de stress, após a entrada no mercado de trabalho. O médico Alessandro Glauco informou muitos detalhes verificados durante o seu trabalho como diretor de Gestão do Trabalho Médico, no Ministério da Saúde. Ele apresentou gráficos que mostram a discrepante distribuição de médicos no país e sinalizou os fatores que concorrem para isso. Um dos pontos que chamou a atenção do público durante a palestra de Glauco foi a informação de que, ao assumir a pasta, ele não encontrou registros do programa Mais Médicos, realizado no governo anterior. Até informações básicas, como passagem de plantão, não foram encontradas. A palestra do médico e Vereador Cézar Leite elucidou pontos importantes sobre saúde pública e elencou proposições para novos modelos de assistência, visando otimização e eficácia nos hospitais.



2 respostas para “Em evento no Sindimed-BA, Secretária do Ministério da Saúde desmente contratação de cubanos como médicos no Mais Médicos”

  1. Valdeir disse:

    Isso e uma vergonha ao nosso país! Brasil precisa desses trabalhadores cubanos que da alma que faz de melhor, eu sou brasileiro mais tenho desconto de tanta pessoa ruim que tem em nosso país, mais de 90% dos médicos brasileiros São tudo nariz empinado que só que trabalham em hospital particular, melhor localização, e ganhar muito mais o que merece, muito feio mesmo. Era pra te uma votação para a população Brasileira escolher o direito dos cubanos a trabalhar diretamente nos posto de saúde que muito brasileiro tem vergonha de trabalhar, porque vocês não faz isso, porque tem medo o que agente cidadão vai decidir! Uma vergonha.

  2. Lyen disse:

    Deveriam contratar aos cubanos, nós nunca fizemos dano ninguém pelo contrário ajudamos as populações carentes. Sou cubana sou médico, e orgulhosa de ter tido sucesso aqui no Brasil, na Bahia, Serra do Ramalho, PSF agrovila 10, 11, 12.

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