Os médicos da prefeitura de São Gabriel (a cerca de 500 km de Salvador) iniciaram o ano dando exemplo de articulação e mobilização contra a redução de salários, as contratações na modalidade pessoa jurídica (por credenciamento) e pela melhoria das condições de trabalho. A categoria se mantém atenta ao compromisso assumido pelo prefeito Hipólito Rodrigues, de realizar num prazo de 180 dias um estudo de viabilidade financeira para implantação de concurso público.
O compromisso foi assumido em uma reunião realizada em Salvador no dia 5, com a participação do Sindimed, que teve papel fundamental nas negociações. Outro ponto positivo dos contatos com a prefeitura foi a garantia do retorno ao trabalho de cinco médicos que, em sinal de protesto, abriram mão de seus cargos após a demissão retaliatória de uma colega que bradou contra a decisão oficial de reduzir os salários. A redução acabou não sendo feita devido à forte reação da categoria, que de pronto contou com o apoio do sindicato.
Seu presidente, Francisco Magalhães, adverte que a entidade continuará pressionando a prefeitura para ver implantado o concurso público no município e cobrará o cumprimento da promessa de melhoria na estrutura de funcionamento da sáude pública de São Gabriel. Deste a crise iniciada com a demissão injusta de médica que se levantou contra a redução salarial até os recentes entendimentos com a prefeitura, a população do município ficou praticamente desasistida na área da saúde pública, por mera imprevidência dos gestores.
Os médicos apostam que esta mobilização pode ser considerada a primeira do gênero na região de São Gabriel, onde intimidações e retaliações são expedientes comuns usados por gestores contra quem discorda da forma como os serviços públicos são administrados. E esperam que a partir disso os profissionais sejam devidamente respeitados. Logo após a demissão da médica, os gestores fizeram uma carta acusatória contra a profissional e obtiveram como resposta uma outra carta, com 187 assinaturas, repudiando a forma de gestão e o tratamento dispensado aos profissionais do município.
Uma profissional que preferiu não se identificar lamentou que os salários dos médicos referentes a dezembro de 2017 e janeiro deste ano ainda estejam atrasados. Quanto as arbitrariedades por parte da prefeitura de São Gabriel, o Sindimed fez a devida notificação ao Ministério Público do Trabalho, Ministério Público do Estado da Bahia e Ministério Público Federal.
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