MÉDICOS DE UPAS DE CAMAÇARI MANTÊM PARALISAÇÃO

Médicos decidem em assembleia continuar a greve para garantir melhorias para as unidades.

Os médicos que trabalham nas UPAS de Arembepe, Monte Gordo, Nova Aliança e Vila de Abrantes realizaram mais uma assembleia nesta segunda-feira (28) no Sindimed e decidiram continuar o movimento de greve, após analisar a proposta apresentada no fim da tarde, pela prefeitura de Camaçari. Em vez de uma proposta clara com detalhamento das ações e com prazos definidos, o documento encaminhado pela gestão contém colocações vagas e imprecisas, sem se comprometer com medidas mais efetivas. Tal atitude vai de encontro ao discurso oficial, passado à população, de que a prefeitura estaria empenhada em resolver os problemas.

Os profissionais não têm garantia de quando vão receber o mês de dezembro, nem se a Fundação Estatal de Saúde da Família (FESF), atual empregadora da maioria dos médicos, vai continuar. A gestão não definiu uma estratégia objetiva e imediata para garantir a recomposição da escala de plantonistas e, por conseguinte, a regularização dos serviços, atualmente em situação caótica pela displicência na gestão de pessoal.

Não ficou claro também o compromisso de fazer as novas contratações através da CLT. Quanto ao problema de insegurança, o prefeito continua insistindo no atual modelo de vigilantes nas unidades, que já se provou, na prática, ser ineficaz. Somente com a presença da Polícia Militar pode-se garantir um mínimo de segurança a profissionais e pacientes.

O SAMU continua com escala desfalcada, com ambulâncias em estado precário e sem encaminhamentos claros para se resolver estas questões. Não existe um cronograma para a implementação do acolhimento e triagem nas unidades da orla. A defasagem salarial e a falta de isonomia são solenemente desconsideradas pelos gestores. Diante destas constatações, os médicos resolveram intensificar a luta por uma saúde de qualidade em Camaçari.

A reabertura da UPA da Gleba B, desativada em novembro pela prefeitura, reivindicação já discutida na assembleia anterior e apresentada à gestão na reunião do dia 24, foi reiterada como um ponto fundamental. Os médicos entendem que a unidade exercia papel importante no bairro e fechá-la é um retrocesso na luta pela melhoria da assistência à saúde para a população. Dessa forma, decidiram se unir à comunidade, que já vem realizando protestos, exigindo a retomada da unidade.

Ficou definido ainda que na próxima quinta-feira, 7 de janeiro, dia de São Tomás da Cantuária, padroeiro de Camaçari, os médicos sairão em cortejo, a partir das 14h, se juntando a procissão, com camisas e faixas exigindo melhorias urgentes para a saúde da cidade. A população será convidada a participar, com o intuito de fortalecer a luta pela reabertura da unidade e pelas melhorias na saúde de Camaçari.

Confira a pauta de reivindicações completa, aqui.
 
ASSEMBLEIA DOS MÉDICOS DE CAMAÇARI

4/01 SEGUNDA-FEIRA

19H30, NO SINDIMED

PAUTA: AVALIAÇÃO DA GREVE E ENCAMINHAMENTOS