Dica cultural: o médico Edgard Santos e o maior presente cultural da Bahia em 71 anos

Postada em 19 de maio de 2017 as 08:50
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Na véspera do Dia do Pedagogo, fica ainda mais oportuno falar de uma das maiores criações humanas de um único homem na Bahia do século XX: o médico Edgard Santos, que mostro a vocês acima como está prontinho para ser impresso em PVC e se somar aos caricaturados de nossa porta principal, na sede do Sindimed, em Ondina. Com estes dois, já somam 14 os baianos porretas frutos de minha pesquisa com o traço do japa curitibano Tako X.

Muitos de vocês conhecem seguidamente e de perto uma grande outra ‘obra’ do nosso homenageado: seu filho, o também médico Roberto Figueira Santos, que não só conferiu dignidade ao cargo de governador da Bahia em épocas não tão propícias para tanto como também se mantém um fiel frequentador de seletas atividades culturais de nossa capital. Só nas últimas 5 semanas, eu tive a alegria de avistá-lo em duas.

Mas, voltando a Edgard Santos, valho-me da pena de Doris Miranda, já então editora de cultura do jornal Correio* quando escreveu este parágrafo:

Parecia praticamente impossível naqueles atrasados anos de 1950 alguém querer modernizar a Bahia. Bater de frente contra o pensamento dominante das elites conservadoras? O Visconde de Cayru (1756-1835) e sua patota até já tinham tentado nas primeiras décadas do século XIX. Mas foi Edgard Santos (1894-1962), esse senhor alinhado abaixo, quem conseguiu, enfim, ajustar o relógio baiano pelos ponteiros do mundo depois de uma série de feitos empreendedores em Salvador.

A ‘oportunidade’ de Doris era – exatamente – o livro do mais-que-poeta Antonio Risério, que se lançava sobre a trajetória de Edgard Santos, Confira o resto, no link que se segue.

 

Música!

Diretamente, a Orquestra Sinfônica da UFBA (OSUFBA) (que vi dezenas e vezes me minha juventude) e o Madrigal da Escola de Música (EMUS/UFBA), foram criados por iniciativas pessoais de Edgard Santos, entre outras.

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Quanto à OSUFBA, vamos indicar, dentre tantas possibilidades, um vídeo que quadruplamente se pode dedicar ao nosso grande Edgard Santos: o maestro Piero Bastianelli na regência de  O Quinto Símio, de Sólon de Albuquerque Mendes.

Para além do ambiente do vídeo (o Palácio dos Azulejos, sede da Reitoria) e da própria orquestra, temos uma composição que é fruto de um regente que saiu de uma (olhem que ‘luxo’) doutorado em composição musical, da própria UFBA. Aí, podemos lembrar da dádiva maior de Edgard Santos ao nosso estado: a universidade que ele forjou era um amplo lócus no qual se poderia ex-pe-ri-men-tar, atividade tão propícia ao desenvolvimento de tudo o que diferencia o ser humano do animal não-humano. Triste Bahia esta em que vivemos hoje, que – não por acaso – não atrai mais nenhum Walter Smetak…

No segundo vídeo, mostramos o madrigal e nossa querida orquestra em pleno (da Bahia que conheço, só o conjunto do Solar do Unhão me dá tanta vontade de falar ‘em pleno’) Museu de Arte Sacra, outro aporte gigantesco da universidade ao nosso Estado. Alegrem-se em atestar que o vídeo, de contados 5 minutos, não é tão antigo assim.

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Do que se pode – e deve – indicar como sugestão de presente aos médic@s para que brindem suas famílias e amigos, estão os livros do Centro de Estudos Baianos, bons, pequenos, baratos e que constituem uma pequena ciclopédia da cultura estadual (achável em muitos sebos, também). De Theodoro Sampaio a Hildegardes Vianna, a fina flor da baianidade pensante está nos mais de 150 livrinhos do CEB/UFBa. O meu mais querido, é de Claudio Veiga, que de hoje a 9 (como se diz em bom baianês) completaria 90 anos de nascido, sobre O Papão, epopeia pessoal de Ernesto Simões Filho que deu vez ao sonho de erigir o jornal A Tarde .

Infelizmente, o descaso para com a mobilidade urbana e com a segurança pública cidadã me impedem de sugerir – para evitar desgostos – a visitação a alguns dos prédios da maior alma mater da baianidade. Mas, estando nas cercanias do nosso sindicato, em Ondina, dê um pulinho na Biblioteca Central da universidade, que vale por alguns tesouros (inclusive a sede do supra-citado Centro de Estudos Baianos) mas como pelo painel na entrada, com inúmeros trabalhos originais de artistas expoentes das artes plásticas baianas nos anos 1970. Lá, que eu me lebre, só falta o jequieense Dircinho.

Remissões

 Para concluir, achamos válido falar de Ronaldo Jacobina, useiro-e-vezeiro em abrilhantar atividades do nosso Sindimed, e a obra coletiva que ele gestou, lançada em nossa sede: a ‘Memória Histórica do Bicentenário da Faculdade de Medicina da Bahia’, que se pode ler todinho, aqui.

Na área de humanas, poucas pessoas me assombraram tanto em meus não poucos anos de UFBA como a autora de ‘Bahia de Todos os Pobres’, cujo obituário por mim escrito aqui na coluna continua sendo uma das matérias que mais me orgulho ter lavrado.

Cada vez tenho mais dúvidas sobre a relevância – especialmente social – do economista na melhoria da vida das pessoas. Mas de tudo o que vivi ao me formar bacharel nesta seara, guardo com carinho o sonho de devolver aos baianos o conhecimento sobre Jairo Simões (aguardem) e já passei da idade de convencer alguém a editar online pelo menos uma das obras desse colosso do amor à humanidade que é Vitor de Athayde Couto, autor do único livro ‘com amor’ que conheço sobre a economia baiana. Nisso, ele ganha até de nosso mestre maior, Romulo Almeida. Eu me despeço, modestamente, sugerindo que vocês invistam 4 minutinhos para conhecer o mínimo sobre Vitor.

Texto e pesquisa de Marko Ajdaric.
http://www.facebook.com/marko.ajdaric.79

Material exclusivo do Sindicato dos Médicos da Bahia. Não se autorizam cópias, no todo ou em parte.



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