DICA CULTURAL: HORA DE SAUDAR OS MÉDICOS ARISTIDES NOVIS E BARÃO DE MACAÚBAS

Postada em 9 de setembro de 2016 as 09:24
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Barão de Macaúbas

Hoje, 9 do 9, é aniversário do barão de Macaúbas, cujo título pomposo esconde um médico cultivador dos melhores valores possíveis  para sua época. Ele nasceu no povoado de Macaúbas, então pertencente ao que hoje é Rio de Contas, em 1824. . Em 1845 (fizeram as contas?), ele funda, junto com outras pessoas mais iluminadas, o Instituto Literário da Bahia, ou seja , a antecessora da Academia de Letras da Bahia.
Pouco depois, Abílio César Borges, seu nome de batismo, fundou o Ginásio Bahiano, no ano de 1858. 34 anos tinha, o barão realizador…  Castro Alves, Cezar Zama e muitos outros por ali passaram e cresceram em intelecto.   

Contra as censuras…

Para ministrar algumas lições a seus alunos, sem ofender aos rígidos 'costumes' (vamos chamar de costumes, ok?) da época, nosso barão chegou a mandar publicar, lá na Bélgica, um volume especial, adaptado para "menores", d'Os Lusíadas…

É em honra de sua memória que indico, hoje, 3 livros de 3 acadêmicos baianos. 


Entre tantos livros que falam de nossas bahias, do saudoso Pedro Calmon, nascido em Amargosa e que levou bem o nome do estado à Academia Brasileira de Letras, destaco e lembro com carinho de 'Vida e Amores de Castro Alves'.  

Dos que estão ocupando cadeiras, outro exímio narrador/analista de nossa história: o doce e rigoroso Luis Henrique Dias Tavares, com sua 'História da Bahia', que deveria estar em todos os lares da Bahia, se existisse, quiçá, uma bolsa-livro… 

De Waldir Freitas Oliveira, que agauchou-se já a algum tempo, indico, não só pela transversalidade, o seu pequenino 'O Tico-Tico: uma Revista Infantil Brasileira': o libelo tem a ver (infelizmente não tem a ver mais) com a querida Faculdade de Medicina do Terreiro. Vamos lá, que temos poucas linhas para contar 'tudo': ao tempo em que havia um fluxo regular de turistas no nosso Pelourinho (aonde teremos Clarindo Silva autografando no dia 14), era pela porta 'da frente' que eu e alguns colegas guias adentrávamos para mostrar este e outros deliciosos livros do Centro de Estudos Baianos, ao preço de um (juro que não é propaganda) picolé Capelinha a turistas com boas cabeças. Outros tempos, outros tempos…

Bem, chegamos, agora à efeméride do recente 22 de agosto, que juntamos ao aniversário de  hoje: Aristides Novis, magistral não-protagonista do levante estudantil contra o interventor de Getulio Vargas na Bahia. Por sinal, um interventor cearense…
Fascinado, descobri a pouco tempo, alguns contornos desta história, protagonizada – majoritariamente – por alunos de medicina. Na ocasião, o professor Novis era o diretor da egrégia faculdade-mãe do Brasil e todas as fontes nos dão conta de que ele teve uma rara e cara postura de apoiamento aos alunos.

Sobre isso, pedimos um intróito ao simpático homem de muitas letras, o médico legista Lamartine Lima, que nos brindou com estas linhas:

No mês de agosto de 1932, o Brasil estava efervescendo politicamente, com revoltas sendo incentivadas por aqueles que exigiam o cumprimento da Constituição, também por adeptos do Integralismo e outros apenas adversários do ou desgostosos com o Presidente Getúlio Dornelles Vargas. Era, então, governante da Bahia um Interventor, o jovem Primeiro Tenente do Exército Juracy Montenegro Magalhães, que, ao saber de certa manifestação política contra o governo, no Terreiro de Jesus, quando os estudantes das escolas superiores de Direito e de Engenharia se juntaram aos acadêmicos da Faculdade de Medicina da Bahia e se abrigaram no prédio histórico, onde também existia instalada uma unidade militar do Exército, um Tiro de Guerra, com pequeno paiol de armas e munições, autorizou à Polícia Militar do Estado da Bahia a retirada daqueles jovens de dentro do velho edifício, onde se encontravam também docentes.
Com a entrada da tropa policial, houve violência física e prisões de estudantes e professores assistentes. Três catedráticos notáveis, que eram apolíticos, protestaram: Aristides Novis, que ocupava o cargo de diretor e se solidarizou com os acadêmicos, Antônio do Prado Valadares e Eduardo Diniz Gonçalves, cada um deles manifestando a sua indignação ao Interventor do Estado. Em decorrência, houve pressão pela sociedade civil, as prisões foram relaxadas e o movimento rebelde foi esvaziado. Os governos de Vargas e Juracy prosseguiram e, mais tarde, suas personalidades se chocariam…


Dias depois, ou quase poucas horas depois, encontro o sempre disposto professor Ronaldo Jacobina, que ficou alegre e surpreso, mas não só, com o objeto de meu interesse. O amigo e colega de todos vocês me disse que este é um episódio muito caro da história para ele. Confira, acima, a folha de rosto do trabalho, de 12 páginas. Quem quiser, pode pedir cópia do texto integral em PDF,  pelo ajdaricneorama@gmail.com
 
Ah, sim, a rua Aristides Novis, em Salvador é bem próxima ao trio de entidades médicas. Para quando você, médic@ for por ali, e puder ter um tempinho, lembre-se de 4 lugares: a Biblioteca Universitária Isaías Alves, dentro da Faculdade de Filosofia, bem de frente à Igreja de São Lázaro. Na outra ponta, já chegando no bairro da Federação:
o CEAS, Centro de Estudos e Ação Social (número 101 da rua), cujo fundador, o madrilenho padre Andrés em breve será homenageado por nós. Este centro tem uma biblioteca focada no assunto e no CEAS surgiram os Cadernos do CEAS e o livro menos chato sobre economia baiana que eu conheço, mas isso é outra estória.

Para terminar, outro radar das coisas da Bahia, o professor Joviniano Carvalho Neto, tmabém diretor do sindicato dos professores universitários – que tem um artigo sobre a revolta de 1932, mas que não achou a tempo ara o fechamento deste artigo, nos convida para conhecer, a qualquer dia a galeria de artes com telas de seus confrades. A APUB fica bem perto do CEAS, no número 44, e no dia 23 de outubro, sediará uma mostra especial de artes. Fiquem atentos, aqui 

Texto e pesquisa de Marko Ajdaric.
http://www.facebook.com/marko.ajdaric.79


Material exclusivo do Sindicato dos Médicos da Bahia. Não se autorizam cópias, no todo ou em parte



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