DICA CULTURAL: LEITURAS DE NATAL BASEADAS EM NOSSO "FIM DE TARDE"

Postada em 9 de dezembro de 2016 as 10:05
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Na última sessão do Fim de Tarde no Sindimed (o próximo é no dia 16, não esqueçam), Ronaldo Jacobina, do alto da sua sapiência alegre (e como ele mesmo disse na ocasião, de homem não-religioso), de repente tira de algum canto de sua cartola de muitos quadrantes conhecimentos sobre o mais que cerebral Gilbert Keith Chesterton (1874/1936) , que passou para a história das grandes cabeças simplesmente como Chesterton, ou o rei do paradoxo, mas nem sempre. A frase que mais gosto dele é esta: 'Imparcialidade é um nome pomposo para indiferença, que é um nome elegante para ignorância'. Nada que caiba melhor na falta de critérios de várias atividades humanas neste Brasil que atolou no novo milênio. Em especial,no jornalismo.

Quem não foi ver Jacobina perdeu, e muito, mas eu voltei pra casa decidido a aproveitar a deixa.

Em primeiro lugar, médicos

Não por acaso, o médico paulista Mateus Leme compilou o livro '39 Crônicas de G. K. Chesterton'. As crônicas  buscam mostrar ao leitor que não existem coisas desprovidas de interesse, triviais, mas apenas pessoas que não se interessam suficientemente por elas. Sorte sua, mas não do país, a obra é encontrável em sebos virtuais a preços bem baixos.

Deixemos com vocês a resenha alentada e bem alinhavada sobre o livro do blog Leituras do Médico.


O que me surpreendeu em minhas pesquisas foi saber que uma mente tão iluminada e iluminadora como a de Chesterton foi a grande responsável pela reconversão de Gustavo Corção, o príncipe dos escritores conservadores brasileiros, que faz 120 anos de nascido este mês (e dificilmente será lembrado) ao catolicismo.

Apenas para pegar carona no mês de dezembro, segue um trecho de Corção:

"A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil distribuiu pelos escritores católicos e não católicos um pedido relativo aos tempos de Natal e à necessidade de acentuar o espírito de Natal que tem sido obscurecido, e vem sendo substituído (sou eu agora quem o diz) por festas pagãs. A revista “Manchete" certamente recebeu o apelo, o pedido, e aqui está a bofetada com que os Bloch's e os Dines(*) respondem à cordialidade brasileira.". 


Este trecho mostra como (bem e mal) Corção se fazia valer do amplo predomínio da sua religião no Brasil, a poucas décadas. Mas o meu interesse em fazer uma rápida digressão sobre ele é chamar atenção sobre o 'outro' lado deste autor: o Gustavo que escrevia sobre política brasileira com uma riqueza de raciocínio que deixava atônitos seus oponentes. Mas, diferentemente dos baluartes do conservadorismo na grande imprensa de hoje, que usam raciocínios rudimentares quando não rudes, Corção nos enriqueceu a todos pela riqueza de seus argumentos, pelo que agradeço e inclusive guardo várias anotações de caderno destes tempos (anos 1960 e 1970) em que a imprensa de mais de um viés pensava. 

Voltando a Chesterton

A livraria virtual Chesterton é fruto do site www.chestertonbrasil.org. Além de obras de Chesterton, você encontra muitas biografias de santos e também, para cingir o interesse na pauta de hoje, vários livros sobre o Natal, para você dar de presente. Inclusive a minha lembrança mais constante neste tema, 'Um Conto de Natal' do inglês Charles Dickens. 

Outro escritor conservador que é perfeitamente associável a este momento natalino é Olavo Bilac, poeta (1865 / 1918) que no seu Rio natal foi aluno da faculdade de medicina até o quinto ano. Depois, abandonou a vocação e entre outras coisas foi patrono do Serviço Militar Brasileiro e autor da letra do Hino à Bandeira. 

Podem imaginar como para nós que defendíamos quadrinhos na era de ataque quase total a esta manifestação brandir, com muito destemor: mas olhem só quem traduziu para o português Max und Moritz como Juca e Chico: ninguém menos que Bilac.

A obra completa de W. Busch, em alemão

Aqui, chego ao momento 0800 desta dica: mesmo que você não encontre à venda na tradução de Bilac as estórias dos meninos endiabrados que começam os quadrinhos na Alemanha, pela criatividade gigantesca de Wilhelm Busch, clicar aqui te trará momentos de gosto, doçura e perfeito domínio do idioma (como não se faz mais). 

Feliz Natal! 

(*) referência ao senhor Alberto Dines.

Texto e pesquisa de Marko Ajdaric.

 

Material exclusivo do Sindicato dos Médicos da Bahia. Não se autorizam cópias, no todo ou em parte.



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