Médico é advertido injustamente pela direção de unidade em Mussurunga

Postada em 2 de março de 2017 as 15:49
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Confira nota de esclarecimento escrita por um médico, que descreve, com detalhes, a difícil realidade do dia a dia de trabalho dos profissionais de saúde da unidade de Mussurunga I. Segundo o profissional, já foi necessário improvisar locais de atendimento por falta de salas. As condições precárias em que se encontra a unidade geraram um descontentamento geral, resultando em um vídeo divulgado na internet, sem autoria divulgada. O médico acabou sendo advertido pela unidade, e responsabilizado pela repercussão do vídeo.
O Sindimed já está acompanhando o caso e irá tomar as medidas cabíveis.
Caros amigos, pacientes e colegas,
 
Venho compartilhar minhas considerações a respeito do fato ocorrido no dia 21 de fevereiro deste ano 2017 na unidade de saúde na qual trabalho.
 
Às 8 horas do dia 21 de fevereiro, terça feira, chego para mais um turno de atendimentos, porém, sou informado pela recepcionista que não tenho sala para atender, peço licença às pessoas que ali estão e me dirijo à pessoa responsável por resolver o problema. Pergunto: Onde irei fazer o atendimento? A resposta que obtive foi a seguinte: “Só Deus sabe onde você vai atender”.
 
Para entender melhor a situação terei que retornar há um ano atrás quando iniciei a solicitação para manutenção da sala na qual trabalhava, foram inúmeras tentativas frente a gestão, pontuadas em reuniões durante 9 meses. Infelizmente nada foi resolvido. Após diversas crises de rinite, sinusite e fortes dores de cabeça, no dia 12 de dezembro do passado ano tomei a decisão e informei à administração do posto que não faria atendimento no consultório 2 devido à falta de condições. Foram feitas inúmeras tentativas por parte da gerência junto aos órgãos competentes para que os problemas fossem solucionados, infelizmente sem resposta alguma.
 
Na unidade de saúde de Mussurunga I temos 5 equipes de saúde, são 5 enfermeiros e 5 médicos, além dos profissionais do NASF (Psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta), porém o quantitativo de consultórios era insuficiente, somente 7 para todo esse quantitativo de profissionais. Foram várias situações de conflito entre os profissionais devido à disputa pelos consultórios, tornando o processo de trabalho difícil.
 
No dia 13 de fevereiro deste ano, uma semana antes do fato ocorrido divulgado em redes sociais, novamente não consegui uma sala para iniciar os atendimentos, fui à gerência da unidade que não solucionou o problema. Diante da situação me encaminhei ao distrito sanitário e expliquei a situação à coordenação e retornei para a unidade de Saúde onde os pacientes estavam indignados e me cobravam solução. Expliquei que não tinha poder para solucionar o problema. Os pacientes em grupo se dirigiram ao distrito sanitário e cobraram resolução do problema que foi imediatamente resolvido pela  subcoordenação do distrito sanitário.
 
Uma semana após esse ocorrido, passo pela mesma situação e ainda recebo como resposta : “Só Deus sabe onde você vai atender”.
Peço desculpas aos pacientes, colegas e amigos mas sou humano, infelizmente nesse dia desabafei, soltei tudo que estava entalado em minha garganta.
Após ter colocado uma mesa e cadeiras para improvisar um consultório e seguir minhas consultas, fui informado que havia aparecido uma sala para atendimentos, porém, devido ao fato de uma gestante ter o peso muito elevado, Obesidade grau II e correr o risco de um acidente na maca ginecológica reafirmei à necessidade de uma maca convencional por ser mais larga e segura. Após alguns minutos uma sala foi disponibilizada e os atendimentos iniciados com atraso de 1:30 minutos.
 
Não sou candidato, nunca fui, não tenho interesse em aparecer, não quero prejudicar ninguém, não tenho interesse algum em gerência de posto de saúde, eu sou médico com muito orgulho pelo que faço, muito pelo contrário, luto pelo direito de todos, principalmente pelos menos favorecidos. Após dois dias do corrido recebo uma advertência me responsabilizando pela repercussão de um vídeo feito por uma pessoa que não conheço, que não tenho ligação alguma, que disseminou nas redes sociais. Na descrição da advertência afirmava que os meus atos colocaram à comunidade de Mussurunga contra à Unidade de Saúde e seus funcionários, que os meus atos sujaram à imagem da gestão e que havia faltado com a ética profissional.
 
Graças a Deus tenho muitas pessoas que me ajudam e me conhecem, sabem do meu trabalho e do respeito que tenho pelas pessoas, peço que fiquem em alerta, pois um grupo de pessoas com a intenção de denegrir a minha imagem está preparado para buscar, fabricar, mentir, e qualquer outra forma suja de maldade para denegrir a minha imagem como profissional que tenho há 7 anos na saúde pública, sempre com ótimas lembranças, ótimas referências e com a certeza de estar fazendo sempre o correto.


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